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Para um Jamaicano, um “yardie” é um compatriota seu. Na Grã-Bretanha, o termo ganhou uma conotação negativa e refere-se a qualquer membro de um gangue de jamaicanos ou das Antilhas. Na sua estreia como realizador, Iris Elba escolheu adaptar um livro do escritor anglo-jamaicano Victor Headley, publicado em 1992 e intitulado Yardie. É uma história étnica de vingança com fundo de acção, que começa na Jamaica dos anos 70, em Kingston, onde dois gangues rivais combatem pela supremacia. E prossegue na década seguinte, em Londres, nos ambientes da emigração jamaicana e também turca, e suas respectivas expressões no submundo do crime.
O herói de Yardie é Dennis (Antwayne Eccleston), mais conhecido por D, que na Jamaica se tornou no protegido de King Fox, líder do gangue vencedor da guerra, depois do seu irmão e único familiar, que queria promover a paz na comunidade, ter sido assassinado. Dez anos mais tarde, D é enviado a Inglaterra, país em que a mulher e filha se instalaram anos antes, numa missão de venda de cocaína a Rico, um yardie londrino. Uma vez chegado, descobre que o assassino do irmão também lá vive, e trabalha para Rico.
O filme está aceitavelmente posto em cena por Idris Elba, que preferiu ficar atrás das câmaras e não participar como actor. São visíveis, sobretudo na montagem, escorregadelas e imperfeições naturais de uma primeira obra, mas Yardie lá consegue ir contando o que se propõe, embora o calcanhar de Aquiles da fita seja precisamente a história, muito genérica, telegrafada com antecedência e prejudicada por uma voz em off intrusiva e redundante. Mesmo assim, ficamos com curiosidade de ver o que Elba fará numa próxima realização.
Por Eurico de Barros