O silêncio é de ouro, diz o ditado. no caso de Um Lugar Silencioso, o silêncio pode significar a diferença entre a vida e a morte. Realizado e interpretado pelo actor John Krasinski, o filme passa-se em 2020, após o colapso da civilização.
A Terra foi invadida por monstros predadores (a história não nos diz, mas presumimos serem alienígenas). Estes são cegos e localizam e matam tudo o que se mexe através do som, já que são dotados de um aparelho auditivo ultra-sensível.
Uma família – pai, mãe, filho e filha – que já perdeu um dos seus membros, procura sobreviver numa quinta isolada, mantendo uma vida totalmente livre de ruídos para garantirem a sobrevivência. Como a filha mais velha (Millicent Simmonds, de Wonderstruck) é surda-muda, habituaram-se a comunicar por linguagem gestual. Mas a mãe (Emily Blunt, também casada com John Krasinski na vida real) está grávida, quase a dar à luz. E o ruído que o bebé trará consigo poderá ser fatal para todos.
Um Lugar Silencioso não é um filme mudo, mas está totalmente construído em redor da ideia de uma existência vivida no maior silêncio possível, por força da existência de uma ameaça mortal permanente. (Deduz-se que a nossa sociedade do ruído permanente e omnipresente entrou rapidamente em colapso frente aos invasores.)
Krasinski e os argumentistas Bryan Woods e Scott Beck concentram-se em alinhar uma sucessão de situações de suspense estraçalha-nervos, em que um simples prego saliente no degrau de uma escada ou uma inundação numa cave podem ser fatais para os humanos. E tal como o som é o problema, é também nele que poderá estar a solução deste monster movie, tenso, original e de poucas palavras, que já tem uma continuação a caminho.
Por Eurico de Barros