Foram precisos 14 anos para Brad Bird fazer a continuação do seu brilhante The Incredibles – Os Super-Heróis (2004). Tardou, mas os Parr estão finalmente de volta em The Incredibles 2 – Os Super-Heróis. Só que agora a família tem que se resignar a ser anónima e quotidiana como as outras, porque os governos de todo o mundo proibiram os super-heróis. Mas um multimilionário e a sua irmã perita em tecnologia decidem fazer lóbi contra este estado de coisas, e escolhem Helen Parr, vulgo a Mulher-Elástica, como cabeça de cartaz super-heróica. O que deixa Bob, vulgo o Sr. Incrível, em casa, entre o humilhado e o resignado, a tratar do bebé Jack-Jack, que revela ter mais superpoderes do que a Benetton tem combinações de cores, a debater- se com a Nova Matemática que o filho Dash está a dar na escola, e com os problemas amorosos da filha Violet.
Esta inversão de papéis e as delirantes super-aptidões do bebé, com os litros e litros de sumo de comédia que Bird espreme delas, são as novidades deste segundo filme. Que no resto, e felizmente, bisa todas as qualidades narrativas, visuais, musicais, de desenho das personagens e de humor do original, e continua a beber na cultura popular e, do ponto de vista estilístico, na animação da época (os anos 60) em que a acção decorre, aproveitando para o efeito todas as possibilidades técnicas e estéticas da animação digital.
Esqueçam os monos pomposos da Marvel e da DC. Estes sim, são os super-heróis que valem a pena. E ficam sempre em família.
Por Eurico de Barros