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No primeiro filme dedicado à personagem com o poder da super-velocidade e o uniforme à Benfica, realizado por Andy Muschietti, Barry Allen (Ezra Miller), o Flash, volta ao passado para evitar que a mãe morra assassinada por um ladrão em casa e que o pai seja julgado e preso, erradamente acusado da morte dela. Quando regressa, descobre que conseguiu mudar para bem o futuro, mas que a sua acção teve também consequências muito graves. Não só Barry se encontra a si mesmo, como já não há super-heróis e o general Zod regressa à Terra para a destruir sem a oposição destes. Enquanto a literatura de ficção científica é muito rica em histórias sobre paradoxos temporais e futuros modificados por causa de intervenções no passado, é muito raro encontrar um bom filme sobre este tema (a trilogia Regresso ao Futuro, de Robert Zemeckis, é uma excepção solitária). E não é The Flash que vai alterar esta situação, apesar de ter alguns gags com piada e do regresso de Michael Keaton ao uniforme de Batman (aparecem no filme dois Batman e três Bruce Waynes diferentes!). Se a primeira parte de The Flash é minimamente tolerável, mesmo apesar das cenas apalhaçadas entre os dois Barry (o “alternativo” é particularmente irritante), ao estilo do primeiro Shazam!, mas em mau, e do recurso ao já insuportável “multiverso” como motor narrativo, a segunda é pavorosa de espalhafato visual e sonoro, sobretudo a partir da grande batalha decisiva, servida por alguns dos mais toscos, feios e empastelados efeitos digitais dos filmes de super-heróis.