As sequelas tendem a exagerar. James Wan sofreu desse problema com Insidious 2: coisa pouca, mas não estava no ponto como o primeiro. Em The Conjuring 2, o realizador encontrou a fórmula perfeita que tem perseguido nas suas caminhadas pelo terror. Há algo de absoluto neste capítulo, uma racionalização exemplar do universo criado no primeiro filme e à volta dos casos reais investigados pelo casal Ed e Lorraine Warren (Patrick Wilson e Vera Farmiga). É adorável como são representados.
Os filmes de terror de James Wan são de uma consistência interessante numa época em que é raro um realizador dentro da indústria conseguir sacar mais do que um bom filme dentro do género. Percebe o material em que pega e tem mão para o tornar em folclore com garra para entrar na cultura popular.
E é o que tem feito com Saw, Insidious e The Conjuring. Os 133 minutos estão lá com o propósito de existir um espaço para respirar e tempo para James Wan trabalhar, mais do que o terror, o fantástico e o modo único de caricaturar os seus universos sem os depreciar: há uma preocupação com cinema e entretenimento. E o primeiro filme nem precisa de ser visto para apreciar a sequela em toda a sua glória, embora não fazê-lo é estar a passar ao lado das coisas que realmente importam.