A nova longa-metragem animada da DreamWorks chega a Portugal apenas na versão dobrada em português, pelo que ficamos privados da voz de Alec Baldwin na personagem principal, o Boss Baby do título. Como a dita foi concebida a pensar em Baldwin, tem pormenores de caracterização e profere várias tiradas que remetem a papéis seus no cinema e na televisão, nomeadamente o executivo de televisão autoritário e lorpa de Rockefeller 30, é de lamentar que o filme não se estreie em versão original e dobrada.
Baseado num livro infantil de Maria Frazee, The Boss Baby é uma daquelas animações que tem a família como alvo e procura conquistar o público mais novo sem perder o interesse dos adultos. É um malabarismo difícil, sobretudo quando a história – a chegada de um bebé a uma família com um filho único, e que este transforma numa elaborada fantasia de disputa pela atenção dos pais– tem que manter uma componente cute, ao mesmo tempo que desenvolve um tipo de humor em parte à base de gags, citações (e alguma autoparódia) que só os mais velhos captarão. A bota nem sempre joga com a perdigota, mas The Boss Baby tem os seus momentos, sobretudo graças a um estilo visual que de vez em quando extravasa da rotina da animação digital de grande estúdio.
Por Eurico de Barros