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Este é o mais ambicioso filme feito até agora por Christopher Nolan, que após ter contado em Intersteller uma história de ficção científica (FC) onde abordava temas como as viagens no tempo e os paradoxos temporais, realiza agora uma fita de James Bond elevada ao cubo e cruzada com um enredo de FC que volta a tratar aqueles dois assuntos, mais uma vez seguindo princípios teóricos da Física Quântica. John David Washington é o enigmático Protagonista, que procura impedir uma catástrofe mundial nunca imaginada. E em Tenet a ameaça não está tanto no presente como chega do futuro pela mão de um vilão bilionário russo, Sator (Kenneth Branagh). Só que a ousadia de Nolan, que, tal como fez em A Origem e Interstellar, quer voltar a dar ao público um grande espectáculo de cinema que também o ponha a pensar, é maior do que a sua capacidade de alinhar uma narrativa plausível, arrumada e clara com base em especulações científicas. Tenet torna-se arrevesado, inconsistente e confuso, e uma vez quebrada a suspensão da descrença do espectador, não há avanço ou recuo no tempo que lhe valha.