Tempo Comum (2018)
©DR | Tempo Comum de Susana Nobre

Crítica

Tempo Comum

3/5 estrelas
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A Time Out diz

Marta Lança e Pedro Castanheira ficaram com um bonito documento para mostrar à filha, Clarinha, quando esta tiver curiosidade em descobrir-se como bebé. Com uma forte ligação ao cinema e às artes – ela, programadora; ele, cineasta –, o casal abriu as portas do seu exíguo apartamento em Lisboa e acolheu a ficção que Susana Nobre escreveu para este período tão desafiante que é a chegada de um filho. É preciso coragem.

Tempo Comum é uma criação de raiz documental, em que a realizadora intervém, encena e fornece os diálogos, mas que não quer dissociar-se da realidade na qual se apoia. Sem ela, o filme não existiria. E o filme é simples: são os movimentos de aproximação e divergência entre a paternidade e a maternidade, que geram fricções e novas dinâmicas domésticas; são as visitas de amigas, outras mães, partilhando experiências; são os avós em êxtase. Concorrente no festival de Roterdão em 2018, Tempo Comum confirma, numa sucessão de cenas inspiradas em Dez de Kiarostami, que é necessária uma aldeia para criar uma criança. Uma comunidade que se aflige, que interfere e explica. Falta-lhe, todavia, um lampejo que o leve além da tranquila arrumação narrativa. Sem berreiro, fraldas nem fadiga. Mas com mais do que trocas epistolares de histórias.

Por Hugo Torres

Detalhes da estreia

  • Classificação:UC
  • Duração:64 minutos
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