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Alfonso Cuarón ganhou o Festival de Veneza com este filme em que evoca, a preto e branco, a sua infância num bairro rico da Cidade do México, e a vida turbulenta da sua família. O pivô narrativo e emocional do filme é Cleo (a amadora Yalitza Aparicio), a jovem criada índia, dedicadíssima à família, que lhe retribui em carinho. Filmando em digital de grande formato, com incomensurável brilho visual e apuro técnico, Cuarón vai do íntimo ao épico, do pessoal ao colectivo, com um espantoso sentido do real, embora Roma seja atravessado por uma estranha frieza, a que não será alheia a vontade de conter o impulso melodramático. Seja como for, estamos na presença do melhor realizador mexicano de hoje.
Por Eurico de Barros