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O filme biográfico é desesperante e preguiçosamente formatado, e a mais recente celebridade a sofrer essa formatação é a Rainha da Soul, Aretha Franklin, em Respect, de Liesl Tommy, que contempla os lugares-comuns, convenções de enredo, simplificações dramáticas, facilidades psicológicas e pedagogismos demonstrativos do costume, sem falar da estenografia emocional. O filme vai da juventude de Aretha nos anos 50 até aos anos 70, quando ela gravou o lendário álbum de gospel Amazing Grace, com Jennifer Hudson (escolhida pela própria Aretha) a interpretá-la (bem, e também a cantar) dos 17 anos em diante – embora Hudson já tenha quase 40 anos. Os bons momentos de Respect são os que envolvem música, como as sequências nos estúdios Muscle Shoals ou aquelas em que Aretha improvisa com as irmãs. Mas são poucos para tanto cliché requentado e tanta sinalização narrativa, mais algum kitsch ocasional.