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Nem que Keanu Reeves faça o seu ar mais sério, consegue impedir-nos de soltar sonoras gargalhadas perante Réplicas, um daqueles filmes de ficção científica dobrados de thriller, inacreditavelmente maus e involuntariamente cómicos, que de vez em quando aterram nos cinemas. Reeves é Will Foster, um cientista que está a tentar transferir o cérebro de um humano para um robô. Uma noite, a mulher, o filho e as duas filhas morrem num acidente de viação. Em vez de chamar uma ambulância e a polícia, Will leva os corpos para casa e, num feito tecnológico em ambiente doméstico, consegue clonar a mulher, o filho e a filha mais velha, e dotá-los do devido aparelho neurológico, deixando-os como novos. Só que a empresa para que ele trabalha é uma fachada do Governo, e o seu director quer que Will lhe entregue o algoritmo com que conseguiu ressuscitar a família, ou mata-os a todos.
Da história sem pés nem cabeça à ciência de carregar pela boca, passando pela realização ausente em parte incerta, Réplicas é mesmo de rir até à dor de barriga. Por mais cara séria que Keanu Reeves faça.
Por Eurico de Barros