Passaram seis anos desde que Ralph salvou o salão de jogos da vingança de Turbo. O mundo, não apenas o dos videojogos, evoluiu entretanto e Rich Moore, agora partilhando a realização com Phil Johnston (que, com ele, criara o argumento de Força Ralph), atira o protagonista para o emocionante e aventuroso ciberespaço, criando uma sequela que nada deve ao original em graça, e – não fora este um filme com a chancela Disney – moral.
Em Força Ralph: Ralph vs. Internet, a irrequieta Vanellope von Schweetz arrasta o gentil, embora temperamental, brutamontes para o interior da internet por mor de salvar o seu videojogo, Sugar Rush. E o argumento e a realização não se fazem rogados em libertar a imaginação no interior daquele admirável mundo novo, metáfora de metrópole onde tudo se encontra, incluindo as mais variadas armadilhas – como a que leva este dinâmico duo a ficar endividado após um leilão no eBay.
Assim, através de numerosas peripécias, momentos de perigo, salvamentos à justa, relações com robôs e outros processos automáticos – que, na verdade, são pedaços de ironia à forma como usamos a internet –, Vanellope, que andava a pôr em causa o seu lugar no mundo, descobre Slaughter Race, e o seu universo pessoal ganha nova vida. Infelizmente, e sempre com Ralph à ilharga, acaba algures nos interstícios da dark web, no meio de um mundo de criminosos e perigos inimagináveis. Porém, descansem, a coisa acaba por se compor.
Por Rui Monteiro