O japonês Takashi Miike, autor de fitas de culto como Anjo ou Demónio ou Uma Chamada Perdida, filma muito, mesmo muito, e a qualidade nem sempre se compagina com a quantidade. Mas quando Miike acerta é em cheio, como sucede em Primeiro Amor, o seu 103.º filme, uma série B como o cinema americano costumava fazer e cujo modelo parece agora ser mantido vivo em cinematografias asiáticas como a japonesa. Primeiro Amor empurra-nos sem cerimónia para o mundo do crime nipónico, onde os bandos de Yakuzas estão a sofrer a concorrência, no seu próprio terreno, dos gangues chineses, que não respeitam nada, nem a honra. A intriga – frenética, convoluta de dar torcicolos e bem recheada daquela violência gráfica mas criativa que está no ADN do cinema de Miike – mete um jovem pugilista com um tumor no cérebro e pouco tempo de vida, e uma prostituta junkie, no meio de uma teia de traições em cadeia entre Yakuzas, chineses e um polícia corrupto, por causa de um saco cheio de droga. Primeiro Amor é pulp fiction à japonesa, com marca de garantia do realizador. Basta olhar para o Sr. Wang, o bandido chinês sem um braço mas exímio no uso da shotgun.
Crítica
Primeiro Amor
A Time Out diz
Detalhes da estreia
- Duração:108 minutos
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