Pavarotti (2019)
©DRPavarotti de Ron Howard

Crítica

Pavarotti

3/5 estrelas
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A Time Out diz

O facto de a etiqueta para a qual Luciano Pavarotti gravou durante a sua existência participar na produção deste documentário de Ron Howard, sobre a vida e a carreira do tenor italiano, significa que alguns aspectos mais negativos e controversos de ambas não são referidos ou aprofundados (por exemplo, não há a menor menção a o cantor ter sido considerado, a certa altura, persona non grata em vários dos maiores teatros de ópera do mundo, por faltar aos ensaios ou cancelar espectáculos).

Mesmo assim, Howard tem liberdade de movimentos suficiente para, ao mesmo tempo que documenta o imenso carisma, a personalidade solar, a simpatia natural, a natureza generosa, a prodigiosa voz (aliada ao sentido de comercialização da mesma, e do canto lírico, para as massas) do seu biografado (que tinha como ídolo Enrico Caruso, o Pavarotti do seu tempo), ir referindo alguns aspectos menos edificantes da sua vida pessoal e familiar, que afinal o tornam mais imperfeito e mais humano.

É o caso das relações extraconjugais que Pavarotti coleccionou ao longo de muitos anos, enquanto se mantinha casado com a mulher, Adua, e cultivava uma imagem pública de pai e marido exemplar. Esta desfez-se depois do seu envolvimento, e posterior casamento, com a muito mais jovem Nicoletta Mantovani.

Howard, que regressa aqui ao mundo da música após o excelente The Beatles: Eight Days a Week (2016), não entra em detalhes técnicos sobre a voz sobrehumana de Pavarotti, e como ele se conseguiu manter no topo durante três décadas. Mas a informação que deixa sobre os anos de aprendizagem e o trabalho do tenor para desenvolver e manter os seus dotes vocais, é suficiente para contrariar o cliché do “dom divino e espontâneo” que vem às vezes à colação quando se fala de artistas deste calibre.

Entre os colegas, familiares, amigos e associados do tenor que são entrevistados está a soprano Carol Vaness, que diz que quase se podia “ver” a voz dele, “contar praticamente as moléculas, de tão límpida que era”. No seu melhor, Pavarotti dá-nos também a ver com nitidez o mais íntimo do homem e do seu colossal talento.

Por Eurico de Barros

Detalhes da estreia

  • Classificação:12A
  • Data de estreia:segunda-feira 15 julho 2019
  • Duração:114 minutos
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