Em Passageiros, de Morten Tyldum, Chris Pratt interpreta o mecânico Jim Preston, um de cinco mil passageiros em hibernação artificial na nave-cidade Avalon, durante a sua viagem de 120 anos rumo a um planeta-colónia. Por uma falha técnica, Jim é despertado 90 anos antes do previsto e vê que irá morrer sem chegar ao destino. A sua única companhia é Arthur (Michael Sheen), um robô barman. Um ano depois, após ter tentado debalde entrar na ponte de comando, voltar à hibernação e suicidar-se, Jim, desesperado de solidão, consegue despertar uma passageira, Aurora (Jennifer Lawrence), pela qual se apaixonou. Mas esconde-lhe que o fez e atribui o facto a uma avaria como a que afectou a sua cápsula de hibernação.
A visualização do interior da gigantesca nave, as paisagens cósmicas, a descrição do dia-adia de Jim, depois do casal, e do desenvolvimento da sua relação, bem como uma mão cheia de sequências espectaculares (os passeios no espaço, a piscina de súbito sem gravidade) contamse entre os pontos fortes de Passageiros. Tal como a Avalon foi furada por meteoritos, a fita acaba amolgada pelos clichés e pelo cancelar da credibilidade (Jim e Aurora consertam a colossal e sofisticadíssima nave, mesmo à beira dela explodir). A viagem acaba por valer só meio bilhete.
Por Eurico de Barros