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O novo filme de António-Pedro Vasconcelos é uma evocação do Parque Mayer dos anos 30 e uma fita política sobre a repressão nos primeiros anos do Estado Novo, que atingia a revista através da acção da Censura. Como recriação do ambiente do Parque, e da revista nessa era, faltam mais plumas, mais fantasia e mais estaleca, e o tipo de humor dos quadros de palco soa falso naqueles anos 30, parecendo pertencer muito mais à década de 60. Como filme político, Parque Mayer chove no molhado dos clichés odiosos e das personagens-tipo prontas-a-detestar (em termos da representação do antigo regime, o cinema português parou no tempo do PREC). Daniela Melchior não tem material para mostrar o que vale, Francisco Froes está um pouco melhor e Miguel Guilherme é muito bom no empresário que tem que manter toda a gente contente e garantir que o espectáculo vai continuar.
Por Eurico de Barros