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Sinal dos tempos, na versão de Os Sete Magníficos de Antoine Fuqua os bandidos não são meros ladrões como no filme de 1960 de John Sturges ou naquele que inspirou esse, Os Sete Samurais (1954) de Akira Kurosawa. É um vilão (Peter Sarsgaard) que se quer apoderar de uma vila para explorar as minas em volta. Perde-se a “inocência” do roubo, do saque, da apropriação, ganha-se em contexto do mundo actual: o homem/vilão objectivista, que, bem analisado, é derivado do de Ayn Rand.
Isso dá cartas nesta versão, mas não há uma boa correspondência com o resto. Perdem-se nos laços que unem os tais sete magníficos, que numa correria formam o grupo que irá defender aquela pequena comunidade, sem existir grande impacto do seu passado/personalidade, salvo três excepções e meia: Vincent D'Onofrio, Chris Pratt, Byung-hun Lee e a meia vai para Denzel Washington, com mais tempo de antena. Apesar do ambiente e do esforço, Fuqua não fez um western, mas um filme de acção com cavalos, pó e algum whisky bom para a cirrose.
André Almeida Santos