Escrito por Eduardo Agualusa com base em três livros do autor, antropólogo e cineasta luso-angolano Ruy Duarte Carvalho, e rodado em Angola por Sérgio Graciano, Os Papéis do Inglês tem como principal protagonista o próprio Ruy Duarte Carvalho (João Pedro Vaz), que anda à procura, no deserto da Namíbia, de uns documentos deixados pelo pai, que podem ajudar a desvendar um mistério ocorrido em 1923, no que é acompanhado por um velho e filosófico cozinheiro e assistente negro. As luzes e as sombras do passado colonial e pós-independência de Angola enformam toda a narrativa desta fita profundamente melancólica e contidamente emocionada, que tocará os espectadores quanto maiores e mais apertados sejam os laços afectivos com este país e as suas experiências e vivências nele antes e depois do 25 de Abril e da independência. E isto apesar de alguns diálogos mais “literários”, de se notarem as costuras das três histórias diferentes que a compõem, e dos 15 ou 20 minutos de palha visual e verbal que podiam ter sido cortados aqui e acolá.

Crítica
Os Papéis do Inglês
A Time Out diz
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