Hiroo Onoda, um tenente dos serviços secretos do exército nipónico, foi o penúltimo soldado japonês da II Guerra Mundial a render-se, 29 anos após o fim do conflito, tendo passado todo esse tempo escondido nas selvas da ilha filipina de Lubang, convencido de que o conflito ainda continuava. O francês Arthur Harari recria aqui a história deste homem que, longe de ser um louco ou traumatizado pela guerra, surge como um militar que assume, inflexivelmente e até às últimas consequências, o seu dever de continuar vivo e a lutar pelo seu país e pelo imperador. Começando como um filme de guerra convencional, Onoda, 10.000 Noites na Selva, vai assumindo pouco a pouco uma dimensão fantasmagórica e de absurdo beckettiano, sublinhada pela atmosfera da selva cerrada. Sem fazer juízos de valor, Harari transmite-nos as razões do comportamento de Onoda (interpretado na juventude por Yuya Endo e na idade adulta por Kanji Tsuda), os seus valores e a sua psicologia, sem pedir que adiramos a elas, mas pedindo que procuremos entendê-las.
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Crítica
Onoda, 10.000 Noites na Selva
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