Condenado em liberdade condicional, tatuador com pouca clientela a entrar e a sair da sua caravana, enfim, homem com passado não recomendável a procurar manter-se nos carris. Quando, de súbito, um telefonema, uma filha adolescente, uma pedido de auxílio… Nada que perturbe – enfim, um bocadinho – um anti-herói interpretado por Mel Gibson movido pela adrenalina da acção. Pelo que o carrossel começa a rodar, e vai rodar sempre e sempre mais depressa até perder o gás que o filme de Jean-François Richet nunca realmente tem.
Uma coisa é certa, o realizador atirou-se de cabeça, mas não sem a rede de segurança da cinefilia (facção alt.), a dirigir uma – pronto, conceda-se – homenagem ao cinema de acção e porrada da década de 1970. Como então, nos piores filmes, quase sempre, um criminoso alcança a redenção através do exercício do bem, embora em versão muito enviesada, o que é sempre pretexto para mais uma perseguição ou um tiroteio. Mel Gibson aguenta a coisa com algum nervo, mas é um actor só.