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O clássico da literatura infantil O Jardim Secreto, de Frances Hodgson Burnett, publicado em 1911, teve já milhentas adaptações ao cinema e à televisão. Marc Munden, o realizador desta nova, não conhece o significado da velha frase “Em equipa que ganha não se mexe”. Ele e o argumentista Jack Thorne mexeram de tal forma na história original de Hodgson que borraram a pintura toda. Aceita-se que o enredo tenha sido mudado do início do século XX para o pós-guerra. O que já não se percebe é que uma personagem tão fundamental como Ben Weatherstaff, o jardineiro dos Craven, tenha sido eliminada, que se tenha inventado um incêndio no final e que, sobretudo, o jardim secreto que dá o título ao livro seja absurdamente descomunal, feérico e irreal, desenraizando o filme do seu quadro de realismo bucólico e transportando-o de forma despropositada e desastrada para uma dimensão fantástica. Colin Firth e Julie Walters andam a apanhar bonés e Dixie Egerickx faz uma aceitável Mary Lennox. A versão de 1993 produzida por Francis Ford Coppola e realizada por Agnieszka Holland continua imbatível.