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Os duplos são as vedetas invisíveis e esquecidas do cinema de acção. E se há alguma coisa a elogiar neste abissalmente inverosímil e descaradamente exagerado O Guarda-Costas e o Assassino, de Patrick Hughes (Os Mercenários 3), filmado em Inglaterra e na Holanda, é o trabalho das dezenas de duplos desta produção, responsáveis, entre outras, por uma vertiginosa e esfuziante sequência de perseguição de carro, barco e moto pelas ruas estreitas e pelos canais de Amesterdão repletos de locais e de turistas, e por um frenético duelo numa loja de ferragens onde os participantes lançam mão aos utensílios que estão à venda para tentarem dar cabo um do outro.
Acrescente-se que entre os dois, Ryan Reynolds e Samuel L. Jackson, interpretando, respectivamente, um segurança topo de gama caído em tempos difíceis e um assassino profissional que vai depôr contra um tirano genocida de Leste (Gary Oldman, claro está) no Tribunal Penal Internacional de Haia, são dobrados por quase dez duplos. Eles constituem a única mais-valia desta fita cansativa de tão desmesurada e disparatada.
Por Eurico de Barros