Hong Sang-soo, como de costume na sua obra, aborda a vulgaridade da vida. Como é seu hábito, a sua visão inclui a construção de uma arquitectura cinematográfica própria, uma ordenada e complexa urdidura plástica preenchida por personagens só aparentemente vulgares. Como Bongwan, que sai de casa a pensar na amante que o abandonou, chega à pequena editora que dirige e conhece Areum, a sua nova assistente. Enquanto isto, a mulher, em casa, descobre um poema de amor escrito por Bongwan para a sua amante. Furiosa vai ao encontro do marido, e, no processo, conhece a jovem assistente, que toma pela amásia, criando uma tempestade a partir de um mal-entendido.
Por Rui Monteiro