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A primeira longa-metragem animada de José Miguel Ribeiro (A Suspeita, Passeio de Domingo) é também a primeira do seu género a estrear-se comercialmente nos cinemas em Portugal. Co-produzida com França, Bélgica e Países Baixos, feita em animação tradicional (nas sequências do passado) e digital (nas do presente), e com uma componente de imagem real, Nayola conta, em dois tempos, a história de três gerações de mulheres: a Nayola do título, que desapareceu enquanto procurava o marido durante a guerra civil; a sua filha Yara, uma jovem rapper contestatária do regime, que vive em Luanda com a avó, Lelena (a terceira mulher) e tem o diário da mãe, através do qual a reimagina. Lançando mão das cores vivas e contrastantes de África, José Miguel Ribeiro assina um filme estilizado e dinâmico, visualmente rico e vívido, dividido entre um passado de violência e sofrimento, e um presente de interrogações, dúvidas e uma nesga de esperança, em que a dura realidade da Angola de hoje convive com uma dimensão de fantástico e de magia. E que diz que é fundamental fazer em definitivo o exorcismo da guerra e dos seus fantasmas.