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Missão: Impossível, Tom Cruise, no papel do agente Ethan Hunt, corre, anda ao tiro e luta como se tivesse 30 anos e não 61. Guia um Fiat 500 pelas ruas e ruelas de Roma algemado a uma mulher e perseguido pela polícia e uma mercenária num blindado, atira-se de um penhasco numa mota com um pára-quedas, anda ao murro no tejadilho de um Expresso do Oriente desenfreado e sobrevive ao descarrilamento e queda do comboio num viaduto dinamitado, e enfrenta um vilão digital, a Entidade, e o seu embaixador humano, o implacável Gabriel (Esai Morales). Se ignorarmos a abissal improbabilidade do enredo e fizermos vista grossa ao seus vários buracos, e aceitarmos a lógica interna da fita e nos deixarmos sorver pela acção taquicárdica, vertiginosa e jubilatória, superiormente concebida, encenada e filmada pelo realizador Christopher McQuarrie, podemos disfrutar de um filme de acção ao mesmo tempo clássico e futurista, com altíssimos índices de espectacularidade, e como a própria Hollywood, prisioneira do universo totalitário e infantilóide dos super-heróis, já muito raramente faz. Além de produzir e interpretar, Tom Cruise prescinde também de “duplos” nas sequências arrojadas, arriscando a integridade da estrutura óssea, e a própria vida, para que Missão: Impossível – Ajuste de Contas Parte Um seja o melhor filme possível no seu género e deixe as plateias pagantes deslumbradas, empolgadas e satisfeitas. Ele é um dos últimos showmen da indústria cinematográfica americana.