À míngua de monstros para aterrorizar as plateias do planeta no Verão, Hollywood e os seus parceiros de produção chineses foram recuperar, em The Meg: Tubarão Gigante, o Megalodonte, um tubarão monstruoso extinto há milhões de anos. O filme de Jon Turteltaub adapta um livro publicado por Steve Alten em 1997, o primeiro de sete, e resume-se numa frase: Jason Statham contra um tubarão tamanho-família.
Statham, cujos abdominais conseguem ter mais expressão do que a sua cara granítica, é Jonas Taylor, um mergulhador especialista em salvamentos a grande profundidade, recrutado para safar um grupo de biológos marinhos presos num submersível, e cuja perturbação do ecossistema abissal faz aparecer o Megalodonte.
Acompanhado por um grupo de comparsas multiétnico, de onde se destaca a cantora e actriz chinesa Li Bingbing no papel de uma destemida oceanógrafa, Jonas tem então que dar cabo da bisarma pré-histórica, que além de tamanho, tem a agilidade de um golfinho e a velocidade de uma lancha de corrida (a verosimilhança científica nunca foi o forte deste tipo de fitas).
Ao contrário dos filmes da série Sharknado, frontalmente disparatados, Meg: Tubarão Gigante, leva-se demasiado a sério para o altíssimo nível de absurdo a que o argumento chega, e para as proezas aquáticas do bicho, com a excepção da sequência em que ele devora banhistas chineses como um conviva esfomeado ataca a mesa de hors d’oeuvres numa festa. Considerando os resultados de bilheteira da fita, e o facto de haver mais livros desta série, teme-se que o Megalodonte vá continuar a singrar os mares.
Por Eurico de Barros