Shay (Daniel Huttlestone) tem 14 anos e vive com o pai e a irmã pequena nos arredores de Londres. Estamos nos finais dos anos 70 e a Inglaterra está mergulhada no caos político e social, que se reflecte em casa de Shay no facto de a mãe ter fugido para Londres para viver numa comuna anarquista, enquanto tenta ser cantora, deixando o marido com os filhos às costas e a dividir-se por dois empregos para sustentar a família.
Ao seguir uma rapariga que conhece no comboio para a capital e vai buscar bilhetes para um concerto dos Clash, o inocente Shay vai tomar contacto com a nova música que nasce entre os protestos extremistas, a subcultura punk e o advento do thatcherismo, reencontrar a mãe, conhecer Joe Strummer (Jonathan Rhys Meyers) por um mero acaso, pintar o cabelo e aderir ao espírito dos tempos, armando-se (brevemente) em contestatário.
Realizado por Derrick Borte como se estivesse a fazer televisão, London Town é um convencionalíssimo filme de iniciação à adolescência e às suas ilusões, euforias e dores, com pretensões a “documento de época” e uma vaga atitude “rebelde”, logo contrariada pela sua óbvia inocuidade. Está esquecido cinco minutos depois de ter sido visto.
Por Eurico de Barros