Em Agosto de 2000, o submarino nuclear russo Kursk teve um acidente durante um exercício naval no Mar de Barents. Duas explosões levaram-no para o fundo e os 118 membros da tripulação morreram. A reacção da Marinha russa foi lenta e desastrada e o governo tentou escamotear os pormenores e menorizar a dimensão da catástrofe mesmo às famílias dos tripulantes, recusando a ajuda da Noruega e da Grã-Bretanha. Um relatório oficial revelou, mais tarde, que o desastre foi causado por indisciplina, equipamento obsoleto, falta de manutenção, negligência e incompetência, e que a Marinha russa estava impreparada para responder a uma catástrofe assim.
Este filme do muito irregular Thomas Vinterberg (A Festa, A Caça), baseado no livro de investigação de Robert Moore sobre o desastre, A Time to Die, e com um elenco internacional, é uma recriação competente e pormenorizada da catástrofe do Kursk. Mas não deixa de haver alguma ironia no facto de um realizador outrora associado ao austero Dogma 95, surgir agora a assinar uma grande e convencional produção europeia.
Por Eurico de Barros