INSIDE OUT 2
Photograph: Pixar
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Crítica

Divertida-mente 2

4/5 estrelas

A vida de Riley complica-se na alegre e audaz sequela de ‘Divertida-mente’.

Phil de Semlyen
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A Time Out diz

Brilhante, caleidoscópico e corajosamente honesto sobre o lado mais difícil do crescimento, Divertida-Mente 2 é o filme mais profundo e comovente da Pixar desde, bem… Divertida-Mente. É claro que Turning Red: Estranhamente Vermelho, com o qual faria uma dupla perfeita de preparação para a puberdade, merece elogios, mas esta aventura cerebral sobre o amadurecimento parece ser o estúdio a redescobrir a sua antiga magia e a usá-la de forma deslumbrante.

Começa com uma rápida recapitulação para reintroduzir as cinco emoções antropomorfizadas que controlam a agora adolescente de 13 anos, Riley, que vive em São Francisco. Há a optimista Alegria (com a voz de Amy Poehler no original, e de Carla García na versão portuguesa), a taciturna Tristeza (Phyllis Smith/Custódia Gallego), o nervoso Medo (Tony Hale, substituindo Bill Hader/João Baião), a sarcástica Repulsa (Liza Lapira, substituindo Mindy Kaling/ Bárbara Lourenço) e o explosivo Raiva (Lewis Black/Nuno Pardal). São eles o conjunto básico de emoções que agora colabora harmoniosamente através da consola de ficção científica para a ajudar a navegar na infância tardia.

Só que, como indica o intermitente Alarme de Puberdade do quartel-general, Riley já não é uma criança. E surge um grupo de novas emoções, lideradas pela enérgica Ansiedade (com a voz de Maya Hawke, com uma exuberância de quem tomou dez chávenas de café/ Erica Rodrigues), incentivada pela Inveja (Ayo Edebiri, de The Bear/ Joana Coelho), enquanto a Apatia (Adèle Exarchopoulos/Letícia Blanc) fornece comentários sarcásticos do sofá e o Vergonha (Paul Walter Hauser/Eduardo Madeira) se esconde dentro do capuz.

Quando Riley vai para o campo de patinagem no gelo com as suas melhores amigas e um grupo de adolescentes mais velhos que ela quer impressionar, todo aquele equilíbrio delicado é atirado pela janela – literalmente – justamente quando ela mais precisa dele.

A história dentro da mente é um pouco repetitiva, com Alegria e as outras três emoções originais banidas para o fundo do cérebro de Riley, tendo que voltar à consola antes que a usurpadora Ansiedade possa causar demasiados estragos. Mas há ainda mais bolas no ar em relação a Divertida-Mente, e o estreante realizador Kelsey Mann, assim como os co-argumentistas Meg LeFauve e Dave Holstein, gerem as duas narrativas com uma elegância descontraída que disfarça a complexidade da situação – mesmo antes de acrescentarem uma série de novos personagens excêntricos (uma bolsa de cintura falante chamada Pouchy é a criação mais desvairada da Pixar desde Forky, de Toy Story 4).

E, ao contrário da maioria das sequelas, aqui a construção do mundo nunca se dá por terminada. A mente de Riley é um lugar cada vez mais complexo e conflituoso e os trabalhadores de construção mal-humorados, ao estilo Nova Iorque, trabalham arduamente, erguendo novas torres de memória e contornando o enorme abismo rochoso “Sar-chasm” (um trocadilho genial com "sarcasmo", que resulta numa das cenas mais engraçadas, já que “chasm” em inglês significa abismo). Alegria, Tristeza, Medo e Repulsa correm, voam e caem livremente pelo seu interior de maneiras que irão encantar os espectadores mais jovens. E para os adolescentes (e os seus pais), os temas do filme sobre autoaceitação, pressão de grupo e desconforto na própria pele terão um impacto real.

O resultado é um deleite empático e emocionalmente sincero, com a própria equipa de cérebros da Pixar de volta à plena capacidade.

Elenco e equipa

  • Realização:Kelsey Mann
  • Argumento:Meg LeFauve, Dave Holstein
  • Elenco:
    • Maya Hawke
    • Phyllis Smith
    • Amy Poehler
    • Ayo Edebiri
    • Tony Hale
    • Adèle Exarchopoulos
    • Kensington Tallman
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