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O Western é um daqueleS géneros clássicos cuja morte é regularmente anunciada, mas que lá vai fazendo prova de vida de vez em quando. Este Hostis, de Scott Cooper, pretende ser, recorrendo ao formato do western, uma ilustração da citação de D.H. Lawrence com a qual abre: “A alma americana é essencialmente dura, isolada, estóica e matadora.”
Christian Bale interpreta o capitão de cavalaria Joseph Blocker, um veterano das guerras índias à beira de se reformar, ao qual é imposta uma derradeira missão. Trata-se de conduzir um velho e muito doente chefe Cheyenne, Falcão Amarelo (Wes Studi) e a sua família, da cadeia do Novo México onde estavam presos, para o seu território de originem, no Montana.
Blocker vai assim escoltar e proteger um índio que é seu inimigo figadal. Pelo caminho, o grupo recolhe uma fazendeira (Rosamund Pike) cujo marido e filhos foram massacrados pelos Comanches, e têm que se unir para combater os vários inimigos que aparecem durante a jornada.
Hostis é o tipo de western que seria despachado com limpeza em hora e meia por um veterano nos anos de ouro do género. Mas Scott Cooper, embora tenha a câmara no lugar certo, quer deixar bem clara a sua mensagem (não aprendeu com Raoul Walsh que “quem quer mandar mensagens, envia um telegrama”), põe cara solene, arrasta a acção e transforma Hostis numa estopada pretensiosa e interminável.
Por Eurico de Barros