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Inevitável, como os impostos, mas sem possibilidade de reembolso, a morte de Ellen, a matriarca da família Graham, chegou. E com ela a necessidade de arrumar os tarecos, pôr a papelada em ordem, enfim, passar à frente. Chato foi com a arrumação descobrirem-se crípticos, terríveis segredos sobre a origem da família.
Depois é como de costume, quanto mais se escava mais se descobre, e Ellen descobre que, agora, é dela a responsabilidade de contrariar o sinistro destino da sua família.
Quando o filme foi exibido no Festival de Sundance as comparações com O Exorcista, a bem dizer, choveram. O que não é de todo exagero, quando se mede a qualidade de um filme de terror pela quantidade de sustos que provoca, embora o argumento não tenha nada a ver com esse filme seminal de William Friedkin. A comparação deve-se ao ambiente de perigo permanente, por um lado, e principalmente à forma como Ari Aster se atira ao assunto, com grande colaboração de Toni Collette e Gabriel Byrne, não deixando esquecer que entre a espectacularidade do horror está uma família de luto. Uma família em perda, com verdadeiras emoções e angustiantes medos sublinhados por uma soberba banda sonora.
Por Rui Monteiro