Photograph: Disney

Crítica

Frozen II - O Reino do Gelo

4/5 estrelas
Elsa, Anna e companhia estão de volta com mais uma irresistível mistura de gargalhadas, grandes êxitos e momentos musicais.
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Phil de Semlyen
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A Time Out diz

É estranho pensar que a Disney tinha por hábito reciclar as suas próprias animações de forma a poupar algum dinheiro. Foi assim que Baloo, de O Livro da Selva, deu origem a João Pequeno, de Robin dos Bosques, graças a um pequeno truque de mãos dos árduos animadores de serviço. É claro que isto foi muito antes de a casa do Rato Mickey se tornar no gigante de animação que conquistou o mundo, responsável pelo sucesso da Pixar e de grandes êxitos como Frozen – O Reino do Gelo (2013). O filme gerou, para a Disney, 1,3 mil milhões de dólares (quase 1200 milhões de euros), ou seja, cerca de um dólar por cada vez que os seus filhos o fizeram assistir ao filme. Felizmente, esta tão antecipada sequela parece ser algo completamente novo. O mundo que aqui é criado é encantador, com uma inteligência brilhante e – fora um breve momento de “Renas São Melhores que os Homens” (“Reindeer(s) Are Better Than People”) – todas as músicas são novas. “Já Passou” (“Let It Go”) já passou e está na hora de fazer espaço para um novo conjunto de músicas de ficar no ouvido.

Como seria de esperar, Elsa (com voz de Idina Menzel) continua no centro da narrativa, mas Frozen 2 – O Reino do Gelo também pertence à sua exuberante irmã Anna (Kristen Bell). Anna veste muito a pele de co-conspiradora aqui, com trocas de momentos à Um Amor Inevitável (When Harry Met Sally) com o apaixonado Kristoff (Jonathan Groff, abençoado neste filme com uma genial balada ao estilo dos anos 80 dos compositores Kristen Anderson-Lopez e Robert Lopez) e uma ajuda para o “rouba-cenas” Olaf (Josh Gad), num enredo muito divertido. O hilariante “When I Am Older” e algumas reflexões filosóficas sobre a natureza da nossa existência foram uma maravilha de se ver.

Se tivermos de apontar uma falha, é o enredo ligeiramente complicado, com mais símbolos folclóricos e runas elementares do que um estúdio de tatuagens de terceira categoria. Uma ou duas das (encantadoras) novas personagens parecem servir mais para impulsionar vendas de merchandising do que a própria história do filme. Há uma floresta envolta em névoa, uma espécie de povo indígena genérico, alguns gigantes de rochas e um espírito místico que chama Elsa para Norte em direcção a um destino incerto. A missão em si é emocionante, ainda que um pouco ao estilo de Tolkien.

Enquanto Frozen – O Reino do Gelo era sobre aceitar quem somos, esta sequela é sobre transformação. Se oferece mais provas de que “Já Passou” é, secretamente, o hino de sair do armário de Elsa? Infelizmente não. Embora esta personagem continue a ser uma tela para se projectar ideias genuinamente inovadoras sobre identidade e emancipação. Não há nada de reciclado neste ícone da Disney.

Detalhes da estreia

  • Classificação:U
  • Data de estreia:sexta-feira 22 novembro 2019
  • Duração:103 minutos

Elenco e equipa

  • Realização:Jennifer Lee, Chris Buck
  • Argumento:Jennifer Lee, Allison Schroeder
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