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Paris, anos 70. Anne (Vanessa Paradis) produz filmes pornográficos gay e não está em maré de sorte. Acaba de se separar da namorada, Lois, que costuma montar os seus filmes. E os actores destes estão a ser metódica e barbaramente assassinados por um serial killer de que a própria Anne teme poder também vir a tornar-se vítima (a personagem de Paradis inspira-se numa produtora real de filmes deste género dessa época, Anne-Marie Tensi).
Ao mesmo tempo que recria o ambiente dos bastidores da produção de um tipo de cinema completamente marginal à altura, o realizador Yann Gonzalez usa Coração Aberto para fazer pastiches do policial italiano de cores berrantes contemporâneo da acção, do próprio porno gay tal como se fazia então, e para piscar o olho ao cinema experimental. Tudo isto poderia ter alguma pertinência, não fosse o facto de a história ser rebuscada e muito pouco consistente, dos actores estarem mal dirigidos (e vários deles serem muito maus), e de o filme estar seguro quase somente pelas suas referências.
Por Eurico de Barros