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Só mesmo a Pixar conseguia fazer um filme de animação passado entre os mortos que consegue ser mais imaginativo, mais original e ter mais vida do que a maior parte do filmes sobre vivos com actores de carne e osso. Só a visualização do mundo dos mortos mexicano, uma versão art déco fantástica, multicolorida e alegremente caótica da megacidade de Metropolis, de Fritz Lang, vale a deslocação para ver Coco. Realizado por Lee Unkrich, um dos nomes grandes da casa (Toy Story 2 e 3, À Procura de Nemo) e pelo estreante Adrian Molina, Coco passa-se no México e inspira-se nas tradições da celebração do Dia dos Mortos e do respeito pelos desaparecidos. Miguel é um menino de uma família de sapateiros na qual é proibido ouvir ou tocar música, desde que o seu trisavô saiu de casa, deixando para trás mulher e filha para seguir a sua vocação musical e foi banido da memória familiar. Só que Miguel sonha ser um cantor e guitarrista famoso. Apoiados na costumeira excelência técnica e estética da animação digital da Pixar, Unkrich e Molina assinam uma feérie sobrenatural e musical a transbordar de sentido de humor, inventividade visual e apego aos valores da família.
Por Eurico de Barros