O rapaz podia nem sempre ter uma casa para dormir e andar aos caídos pela cidade a pintar paredes quando queria pôr a tinta em telas. Todavia, de acordo com o retrato traçado neste documentário de Sara Driver, convencimento e descaramento não lhe faltavam. E qualquer pessoa que falasse com ele ouvia Jean-Michel Basquiat afirmar que era o mais importante artista da sua geração. Título que, na verdade, não interessa à realizadora na criação deste (roubando um título a Dylan Thomas) retrato do artista enquanto jovem cão, que mostra o antes da carreira meteórica, interrompida pela morte, em 1988, filmado com muitas contribuições dos protagonistas sobreviventes da Nova Vaga nova-iorquina da década de 1980.
Por Rui Monteiro