Na Los Angeles dos anos 1970, tão decadente e com os céus tão poluídos e consumidos pelo nevoeiro com fumaça que a população é aconselhada a ficar em casa em certas alturas do dia, uma jovem actriz pornográfica morre assassinada.
Esse é o mote para um homem que costuma bater em pessoas por dinheiro, interpretado por Russell Crowe, e Ryan Gosling, um detective charlatão que prefere ganhar a vida a engonhar do que a resolver casos, investigarem uma conspiração gigante.
É essa a premissa do novo filme de Shane Black, um dos argumentistas mais bem pagos dos anos 80 e 90 que se reinventou, depois de anos afastado dos filmes, como realizador com o excelente Kiss Kiss Bang Bang, de 2005.
Bons Rapazes tem muito de tudo o que Black já escreveu: além dos diálogos hilariantes, de ser algo deprimente e da importância dada à história e ao caso em si, de os protagonistas serem dois falhados e pessoas não muito recomendáveis, só ligeiramente menos maus do que os maus, no fim da linha o início lembra Arma Mortífera e o facto de a pessoa mais inteligente e pura ser a filha da personagem de Gosling (uma óptima Angourie Rice) já existia em A Fúria do Último Escuteiro.
Mas soa fresco e Gosling, no papel de alguém pouco inteligente, tem das melhores prestações de comédia física dos últimos anos. Um triunfo.