Criado em 1966 por Stan Lee e Jack kirby, que beberam no espírito dos tempos, inspirando-se na eclosão do movimento pelos direitos civis nos EUA e no aparecimento de grupos ultra-radicais como os Panteras Negras, Black Panther foi o primeiro herói negro dos comics com superpoderes. Depois de ter aparecido ao lado dos Vingadores em Capitão América: Guerra Civil (2016), Black Panther surge agora autonomizado neste filme de Ryan Coogler (autor do excelente Creed: O Legado de Rocky) e de novo interpretado por Chadwick Boseman.
Black Panther é a identidade secreta de T’Challa, o rei de um país africano ficcional, Wakanda, uma utopia étnica super-high tech que se desenvolveu mais do que qualquer outra nação devido a um minério vindo do espaço, o vibranium, mas cujo progresso foi deliberadamente escondido do resto do mundo. Tem aqui que enfrentar uma dupla ameaça: Ulysses Klaue (Andy Serkis), um perigoso traficante de armas e contrabandista, e o aliado deste, Erik Killmonger (Michael B. Jordan), pretendente ao trono de Wakanda.
Apesar do seu original enquadramento e da caracterização detalhada de Wakanda, desde a origem e costumes até à tecnologia futurista, passando pela diversidade tribal, Black Panther obedece em tudo o resto ao template do filme de super-heróis: história simplista, personagens esquemáticas, pesada dependência dos efeitos especiais digitais, sequências de acção freneticamente coreografadas e vertiginosamente filmadas, e mensagem ideologicamente formatada, pseudo-idealista e mundialista. Reservado aos incondicionais do universo da Marvel.
Por Eurico de Barros