Ainda 2018 mal começou e já temos um candidato a melhor pior filme do ano. Primeira realização de Dan Baron, Basmati Blues foi rodado em 2013 e esteve este tempo todo no congelador. A única explicação para a estreia tão tardia de uma fita assim é a presença de Brie Larson. À altura da rodagem de Basmati Blues, Larson tinha dado um ar da sua graça em Don Jon e sobretudo em Short Term 12, mas entretanto ganhou o Óscar de Melhor Actriz por Quarto e ascendeu à primeira categoria da sua profissão.
Quase todo passado numa Índia de estereótipos, Basmati Blues é uma comédia romântica e musical bollywoodesca, que milita contra os alimentos transgénicos. Larson interpreta Linda, uma brilhante mas ingénua cientista que criou uma modalidade de arroz geneticamente modificado, e é enviada para a Índia pelos seus malvados patrões (Donald Sutherland e Tyne Daly) para a impingir aos agricultores locais, sem perceber que lhes vai dar cabo das colheitas, e da vida. Lá chegada, além de perceber a malvadez que ia cometer, Linda encontra também o amor, na pessoa de um moçoilo local.
É difícil dizer o que é pior aqui: a história parvóide, os números musicais pirosos, as interpretações em grau zero de convicção, o paternalismo desastrado ou a mensagem a camartelo. Mas tudo somado, faz de Basmati Blues um filme consistente e irresistivelmente mau, daqueles que nos põem a esfregar os olhos para acreditarmos no que estamos a ver. E acreditem, é verdade.
Por Eurico de Barros