Três anos depois do êxito do musical experimental Os Chapéus de Chuva de Cherburgo, o realizador francês voltou a insistir no género e mais uma vez, porque em equipa que ganha não se mexe, com Catherine Deneuve (em parceria com a irmã, Françoise Dorléac) na interpretação e Michel Legrand responsável pela banda sonora. Agora em versão restaurada, foi outro êxito e ainda valeu candidatura a Óscar, mas…
Esta história de amores simples atormentados por problemas reais, embora na aparência tão delirante e graciosa como a anterior, surge um pouco domada. Apesar de uma até mais apurada partitura de Legrand; mesmo com a experiência de Dorléac a espevitar o talento de Deneuve, é como se o cineasta retirasse os elementos mais experimentais e estimulantes para se comprazer com uma norma mais acessível ao gosto do público.
Por Rui Monteiro