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A segunda realização do costureiro Tom Ford (estreou-se em 2009 com Um Homem Singular) leva-nos a pensar que era melhor que ele se dedicasse às suas colecções de roupa e deixasse de fingir que tem algo de relevante para fazer no cinema. Este Animais Nocturnos é só gesto sem discurso, pose sem substância, movimento sem consequência, brilho superficial, afectação oca. Amy Adams interpreta Susan, uma galerista chique de Los Angeles com um marido-troféu que a engana. Um dia, recebe um livro, Animais Nocturnos, escrito por Edward, o seu ex-marido (Jake Gyllenhal), do qual se separou há quase 20 anos. É a história de um homem que atravessa os EUA de carro com a mulher e a filha, que são raptadas, violadas e assassinadas por rednecks. Ford filma o enredo tal como é imaginado por Susan enquanto lê, com Gylenhaal na figura do marido e Adams na da mulher. O livro angustia Susan, parece sugerir o realizador, por lhe recordar que enganou Edward com o futuro segundo marido, e abortou do filho daquele sem lhe dizer. Será esta a forma enviesada de Edward ajustar contas com ela? E depois? E depois, nada, porque o filme é tão vácuo e inconsequente como a existência de Susan. Entre os vários intérpretes subaproveitados em Animais Nocturnos constam Laura Linney, Michael Shannon e Michael Sheen.