A toca do lobo
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Crítica

A Toca do Lobo

3/5 estrelas
Um ovni nas salas de cinema, o que é bom, mas um ovni que parece procurar um fechamento que não acontece
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A Time Out diz

A Toca do Lobo é porventura o livro mais conhecido de Tomaz de Figueiredo (1902-1970), avô que a realizadora Catarina Mourão não chegou a conhecer e pai de Maria Rosa Figueiredo. A relação, quer dizer, a não-relação entre Tomaz e Maria Rosa é o núcleo deste documentário aturadamente pesquisado (abundam as fotografias e documentos de arquivo, os filmes caseiros e as imagens da RTP) e delicadamente urdido.

Os caminhos de pai e filha divergiram cedo. A profissão de notário de Tomaz de Figueiredo atirou-o para longe, a depressão que o levou ao internamento e aos electrochoques na Casa de Saúde do Telhal foi um golpe profundo, o efeito de apagamento do correr do tempo só parcialmente mitigado pelo regresso a Lisboa na última década de vida.

Catarina Mourão mostra isto, abre a câmara a mais parentes e lugares, à medida que lembra o efeito de “um Portugal de coletes-de-forças” numa “família de silêncios e omissões”. Quase sempre sob a perspectiva e pela voz da mãe Maria Rosa Figueiredo. Silêncios e omissões que pouco chegam alterados ao fim de um filme literalmente caseiro. Um ovni nas salas de cinema, o que é bom, mas um ovni que parece procurar um fechamento que não acontece.

Detalhes da estreia

  • Duração:102 minutos
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