Adaptado do best seller de Paula Hawkins com o mesmo título, A Rapariga no Comboio é a história de Rachel (Emily Blunt), que depois de ser enganada pelo marido e se divorciar fica em muito mau estado - deprimida, alcoólica, com problemas de memória e imensa dificuldade em pôr um pé à frente do outro e seguir em frente. Todos os dias faz a viagem de comboio para o trabalho e o ponto alto da sua rotina é ver da janela as imagens fugazes das pessoas dentro de casa a viverem as suas vidas normalíssimas.
A certo ponto fixa-se, de forma não inteiramente saudável, num casal, numa fantasia de perfeição amorosa à escala real - até que um dia vê o que não devia ter visto, ao mesmo tempo que a mulher é dada como desaparecida. Pior, quando vai falar com a polícia fica a saber que se tornou suspeita do que terá acontecido, seja lá o que fôr.
Se Emily Blunt vale sempre a ida ao cinema, e aqui não é excepção, a verdade é que A Rapariga no Comboio é um filme com muito mais ambição do que talento para a concretizar, e aquilo que devia ser um thriller psicológico de manter o espectador pregado à cadeira é antes a última ilustração prática daquilo que dizia um velho produtor de Hollywood - que o rabo é um crítico de cinema infalível. Quando começa a queixar-se e a fazer-nos torcer no lugar, é porque o filme não interessa por aí além.