Miguel tem 14 anos e não leva uma vida normal para um adolescente da sua idade. A mãe está desempregada, vive numa constante instabilidade emocional e psicológica e não consegue tomar conta do filho como devia. À beira de ter de voltar para o centro de acolhimento da Segurança Social onde já viveu, Miguel tem um dia-a-dia tão instável e imprevisível como o estado da sua mãe. Ora vai à escola, ora falta para vender embalagens de lenços de papel nas ruas e fazer alguns cobres, tentando sempre saber por onde anda a mãe, que diz estar à beira de conseguir arranjar um trabalho, ou contactá-la, sem sucesso, pelo telemóvel, já que ela nunca atende. Com a Segurança Social no seu encalce, o rapaz anda desatinado. E fica ainda mais, quando a mãe desaparece sem dizer água vai.
Realizado, escrito e co-produzido pelo espanhol Alberto Morais, A Mãe é uma micro-história de desespero e desamparo juvenil, a que faltam mais densidade dramática e mais pulmão cinematográfico.
Por Eurico de Barros