Com 14 horas de duração, A Flor, do argentino Mariano Llinás, é o terceiro filme mais longo de sempre, composto por seis histórias independentes umas das outras, quatro delas de formato narrativo tradicional mas que terminam de maneira abrupta, e todas interpretadas pelo mesmo quarteto de actrizes. Apresentado num prólogo pelo realizador, que explica o título (a flor é a forma assumida pelo diagrama das seis histórias), A Flor é como que um filme de filmes, uns de género e convencionais, outros experimentais e meta-narrativos, que vão do pastiche de série B de terror a um drama sentimental e musical e um remake mudo de Passeio ao Campo, de Jean Renoir, onde além de muitas referências cinéfilas, há ecos dos universos literários de Borges, Cortázar e Roberto Bolaño. Ora intrigante e engenhoso, ora maçador e exasperante, A Flor é também uma experiência sobre as muitas formas de contar histórias, o manejar do tempo fílmico e os limites da duração em cinema. Cabe ao espectador aceitar o desafio e aventurar-se pelos meandros deste invulgar e ousado trabalho de Mariano Llinás. Estreia dia 29 de Julho no Trindade (Porto) e dia 5 de Agosto no Nimas (Lisboa).
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Crítica
A Flor
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