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Desde o seu primeiro filme, Viver e Morrer em Little Odessa (1994), que James Gray não deixava a região de Nova Iorque, mesmo que andasse para trás no tempo (A Imigrante). Mas em A Cidade Perdida de Z, Gray deixou a sua geografia habitual e veio à Europa (Grã-Bretanha) e à América do Sul, para contar a história (romanceada) do militar, cartógrafo e explorador inglês Percy Fawcett (Charlie Hunnam), que nas duas primeiras décadas do século XX andou a desbravar a Amazónia, dedicando-se a tentar encontrar uma cidade a que chamou Z e na qual estariam os resquícios de uma ancestral civilização nativa. Fawcett e o filho Jack acabaram por desaparecer na selva, em 1925, durante uma expedição.
Gray realizou um filme convencional e solene ao ponto de se tornar penoso, sobre um homem levado por uma obsessão, e que não é nem carne nem peixe. Nem uma empolgante aventura na selva à antiga, nem uma deriva megalómana e febril em paragens inóspitas, ao estilo do Herzog de Aguirre, a Cólera de Deus ou Fitzcarraldo (apesar de também haver uma ópera no meio da selva). E Hunnam, ainda por cima, é um actor sem o carisma necessário para interpretar uma personagem com tais características.
Por Eurico de Barros