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A mina literária de Agatha Christie continua a ser metodicamente explorada pelo cinema e pela televisão. Desta vez, é A Casa Torta, um livro publicado em 1947 que a escritora tinha entre os seus favoritos e que nunca tinha sido filmado, apenas adaptado uma vez à rádio.
O projecto começou por estar nas mãos do americano Neil LaBute, com um elenco totalmente britânico. Mas acabou realizado pelo francês Gilles Paquet-Brenner, com Julian Fellowes, o criador de Downton Abbey, entre os argumentistas e um elenco anglo-americano, onde surgem Glenn Close (que substituiu... Julie Andrews), Christina Hendricks e Gillian Henderson,estairreconhecível no papel de uma actriz canastronaemuitodadaaos copos; e ainda, do lado britânico e masculino, Max Irons, Terence Stamp ou o inafundável Julian Sands.
Passado em grande parte na enorme e labiríntica casa de campo de um velho magnata de origem grega que foi envenenado, e cujos familiares tinham quase todos motivos para o querer ver morto, A Casa Torta apresenta uma história que se mantém fiel no essencial ao livro de Agatha Christie e uma realização utilitária, dedicada a juntar os pontinhos do enredo. É o tipo de filme digestivo que se vê para passar o tempo e entreter o tédio, e está esquecido meia hora depois de acabar. Ou como dizem no Brasil: médio.
Por Eurico de Barros