Tom Petty: morreu o mago do rock melódico
Ao morrer, na noite de segunda-feira, Tom Petty, com todo o respeito que pares e críticos e público lhe prestam e prestarão nos próximos dias, deixou um corpo musical que, para uns, é o cancioneiro da América da classe trabalhadora branca; para outros o paradigma do rock melódico e simples que o tornou um favorito da rádio nos anos de 1970 e 1980 (entretanto transferido para as estações dedicadas à nostalgia). Teve êxitos, sim, mas nem vida nem carreira foram auto-estradas.
American Girl
Foi à força de uma combinação de riffs, capazes de recordar os heróis da guitarra da década de 1960, e agudo sentido melódico, às vezes capaz de fazer chorar as pedrinhas da calçada, que Petty, já a caminho dos 30 anos, teve, com Breakdown, a sua primeira abébia. Contudo, foi preciso esperar até 1979 para, com os seus Heartbreakers, conhecer êxito real, traduzido nos milhões de exemplares vendidos pelo álbum Damn the Torpedoes; mais, para iniciar o seu cancioneiro como menestrel da classe trabalhadora branca com Don't Do Me Like That.
Don't Do Me Like That
E foi nessa época, a partir dessa canção modelar, que o compositor, através de temas e melodias de cariz clássico com uma voltinha, entre a decadência punk e o caldeirão criativo da new-wave, garantiu uma espécie de porto seguro para os que não compreendiam, ou mesmo temiam, ou pura e simplesmente recusavam, as transformações estéticas e musicais em curso. E Petty passou a encher estádios reivindicando uma pureza musical,