Nuno Henrique Luz

Nuno Henrique Luz

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Porquê Ele?

Porquê Ele?

3 out of 5 stars
Com as devidas adaptações de género e circunstância, apesar do seu potencial cómico para os observadores, convenhamos, não costuma ser um grande dia para os protagonistas. Nem dar grandes comédias. Contudo, desta vez, sem ser realmente uma grande comédia, verdade é John Hamburg apresenta um filme em que o riso não é provocado apenas pela boçalidade de certas situações e diálogos, mas também pelo sentido de observação, pela inteligência e pela radicalização de situações vulgares em indutores de riso. Parece que (descontando a maioria das comédias românticas) não se pode fugir da boçalidade como forma de humor contemporâneo, aliás dominante na cultura pop. Mas talvez, como Hamburg tenta, olhar para ela com ironia e, na medida do possível, domá-la, isto é, fazer dela alguma coisa de jeito, é uma probabilidade realista. É difícil, e o realizador muitas vezes cede à facilidade da piada escatológica-sexual. Contudo, com Bryan Cranston (Ruptura Total) a fazer de pai que sonhou tudo para a filha menos vê-la com a personagem destemperada e sem maneiras nem sentido das conveniências, embora rico até dizer chega, criada por James Franco (a caminho de quebrar o recorde de Kevin Bacon e entrar em tudo o que é filme em produção), actor com mais inclinação para a comédia do que para o papel dramático, o confronto entre sogro e genro chega a ser hilariante e, a espaços, introduzir uma, digamos, reflexão sobre a inutilidade das expectativas paternas.
Tempos Modernos

Tempos Modernos

3 out of 5 stars
O personagem em que pensamos quando pensamos em Chaplin, luta contra o mundo moderno produzido pela era industrial. Começa por ser operário numa linha de montagem, a peça humana ainda indispensável na altura (1936) ao funcionamento de estruturas cada vez mais dominadas por máquinas, numa primeira parte em que Chaplin nos diz tudo o que pensa do trabalho não criativo de um trabalhador fabril de quando eles eram uma grande parte da população. Ao fim de algum tempo e de uma série de episódios que dependendo do ponto de vista e do grau de simpatia por Chaplin e pelo seu olhar sobre as coisas aparecem ou como sentimentalmente cómicos ou como (é o que pensa a Time Out) comicamente sentimentais, a humilhação torna-se tão insuportável que leva Charlot a rebentar um fusível e a escapar para o exterior, onde se envolve com a polícia e com uma orfã interpretada por Paulette Goddard. Interpretada com tamanha força que apaga com frequência os esforços caricaturais, na dupla acepção da palavra, de Chaplin no papel do vagabundo. Pelo meio há quadros avulsos com manifestações comunistas e experiências imprevistas com drogas, além de cenas da intimidade de tom infantil, patético e sempre um pouco sinistro entre o vagabundo de meia idade e a orfã. Quer isto dizer que Tempos Modernos, sendo a mais famosa e consagrada longa-metragem de Chaplin, é uma colecção de pequenas e médias sequências e alguns temas soltos mais do que um filme de formato longo com uma visão coerente, ilustrada por uma hist
Hitchcock/Truffaut

Hitchcock/Truffaut

4 out of 5 stars
Em 1962, Truffaut, então com 30 anos e três filmes já realizados depois de ter sido um dos nomes mais influentes e combativos da influente e combativa revista Cahiers du Cinéma, fez uma entrevista a Hitchcock, na altura com 63 anos e apenas mais três filmes pela frente, que deu depois um livro, Hitchcock/Truffaut, publicado em 1966 e que continua a ser um título obrigatório para quem tenha um interesse minimamente sério pelo cinema. A entrevista, que durou uma semana e foi feita no escritório de Hitchcock em Hollywood, era uma discussão a pente fino, filme a filme, plano a plano se necessário, e muitas vezes foi, da técnica e dos temas do autor de Psico, na altura também o seu filme mais recente.  O objectivo último de Truffaut não era tanto fixar num documento definitivo as palavras do seu ídolo a falar de si próprio e da sua filmografia, passo a passo. (A conversa deu 27 horas de gravações e 17 estão facilmente acessíveis online. É pedir direcções ao dr Google.) Era mostrar ao mundo que Hitchcock, que todos conheciam como um bom realizador de filmes de entretenimento e sem grande substância para além disso, um realizador famoso pelas suas cenas de suspense para as massas indiferenciadas à procura de excitação no escuro do cinema, era afinal um criador genial, com uma obra coerente de décadas, desde o mudo, e uma linguagem rica e pioneira e altamente pessoal. Esta observação estava, claro, ao serviço do ponto-chave do grupo dos Cahiers, traduzido na expressão “política dos a
Eu, Daniel Blake

Eu, Daniel Blake

4 out of 5 stars
Ken Loach, 80 anos, tinha anunciado o fim da carreira em 2014, depois de fazer Jimmy Hall, a biografia do líder comunista irlandês James Gralton. Mas alguma coisa no ar do tempo – segundo ele, o excesso de políticos conservadores no poder – fê-lo mudar de ideias e o resultado é Eu, Daniel Blake, filme que em Maio lhe valeu a segunda Palma de Ouro em Cannes (a primeira foi com The Wind That Shakes the Barley, em 2006) e que é, sem surpresa, uma peça de realismo social ao mesmo tempo previsível e comovente. Filmado e passado em Newcastle, Eu, Daniel Blake é a história de um carpinteiro viúvo (o Blake do título, interpretado pelo comediante Dave Johns) que nunca teve um computador e vive pelos seus princípios morais de senso comum até que um ataque de coração o deixa incapaz de trabalhar. Nessa altura, fica a saber que os apoios sociais com que contava, a começar por aquilo que em Portugal seria o subsídio de doença, não vão acontecer. Isto é e mais uma vez, um exemplo de que há coisas que são tão inesperadas que ninguém está preparado para elas.  Em vez de lhe dar uma solução, a burocracia anónima do sistema inglês atira Blake para a via sacra do subsídio de desemprego e da ridícula actividade administrativa – feita de papeladas, formulários online e esperas ao telefone - a que ele tem de se submeter não para aumentar as probabilidades de voltar a trabalhar mas simplesmente para desbloquear o pagamento do mês seguinte. A partir daí o filme sobe de tom e acompanha a luta de Blak
Eis o Admirável Mundo em Rede

Eis o Admirável Mundo em Rede

3 out of 5 stars
Além dos seus filmes de ficção, que se tornaram raros nos últimos anos, Werner Herzog tem por hábito fazer documentários sobre figuras com algum grau de loucura e que ele observa ao mesmo tempo com admiração e com perplexidade. Aconteceu em Grizzly Man, que era sobre um homem que achava que conseguia viver com ursos, e em My Best Friend, sobre o actor Klaus Kinski, que entrou em cinco filmes de Herzog apesar de o realizador o considerar “uma peste” e ter assistido sem tristeza à sua morte. Isto para ficarmos apenas pelos títulos recentes. Eis o Admirável Mundo em Rede usa a mesma fórmula, só que a criatura alucinada é a internet. Herzog, se nunca trata a internet como um ser vivo, não deixa por isso de a ver como capaz de um dia se transformar em qualquer coisa com inteligência e vontade próprias. Dividido em dez capítulos, com nomes como The Early Days, The Glory of the Net e The Future, o filme começa por ser uma história linear da criação da internet mas rapidamente se transforma numa espécie de comédia negra, onde hackers, carros sem condutor, robots, viciados em jogos vídeo e a “internet das coisas” se misturam com analistas de segurança, investigadores no campo da neurologia, astrónomos e, mais prosaicamente, todo o tipo de engenheiros, e ainda algum Wagner no banda sonora. O resultado final, com todo o seu verniz tecnológico-prospectivo, no fundo dá-nos a imagem caótica de um clássico de todos os tempos - o anúncio do enésimo futuro com visões de imortalidade. A prazo,
A Primavera de Christine

A Primavera de Christine

3 out of 5 stars
A Primavera de Christine, último filme da realizadora austríaca Mirjam Unger, é a história de uma menina de nove anos, a Christine do título (interpretada, com impressionante segurança, por Zita Gaier), que passa os últimos dias da Segunda Guerra Mundial refugiada com a família numa mansão deserta nos arredores de Viena. Com a fuga do exército alemão, expulso de vez pelo avanço dos Aliados, os soldados soviéticos vêm rapidamente a caminho da capital austríaca, e esse é o novo medo da família de Christine, que conhece as tropas de Estaline da fama sinistra que corre há meses pelo país e que anuncia a sua chegada. Medo de todos, excepto de Christine, a única ocupante da casa improvisada que acredita que o advento do Exército Vermelho, mesmo precedido de histórias feias, é uma boa notícia. Adaptado da autobiografia de Christine Nöstlinger, grande ainda que pouco conhecida autora de livros infantis, A Primavera de Christine, não sendo uma obra propriamente prima, é ainda assim um filme inteligente e delicado, em que o olhar da realizadora é capaz de voltar à infância e de ver o mundo através de uma criança mantendo ao mesmo tempo um ponto de vista de maturidade e de compreensão dos factos muito para além da idade retratada. A loucura dos tempos nunca é camuflada, mas sobre ela está sempre um olhar sardónico e optimista, sem jamais ser pateta ou piegas, que fazem de A Primavera de Christine um filme delicioso sobre uma criança que se adapta como pode ao mundo, um mundo que nunca é
Gimme Danger

Gimme Danger

3 out of 5 stars
Mais do que uma biografia de Iggy Pop e dos Stooges, Gimme Danger é um filme de Jim Jarmusch sobre Iggy Pop e os Stooges, sendo a parte “de Jim Jarmusch” um elemento tão ou mais importante do que a parte “sobre Iggy Pop e os Stooges”. (Pop entrou em dois filmes anteriores de Jarmusch, Coffee and Cigarettes e Dead Man.) Como biografia, Gimme Danger é um espectáculo a não perder: a história visceral, comovente, inacreditável de uma das bandas mais influentes do rock. A simples enumeração documental dos dados biográficos seria por si só uma história espectacular. Mas para ser o - se não grande, pelo menos altamente divertido - filme que é, Gimme Danger tinha de ter Jarmusch aos comandos. Sem ele, não seria fácil converter em cinema a imaginação incendiária, assim como a teimosia sem tréguas, dos Stooges - que ainda hoje, a basta olhar para Iggy Pop, não está extinta. Jarmusch tem uma afinidade explícita com Pop e os Stooges, e se há uma crítica que podemos fazer-lhe é ter sido aqui o minucioso e brilhante tradutor para cinema de um universo peculiar, mais do que alguém que conta uma história na primeira pessoa e assume um ponto de vista sobre o herói da aventura. Mas é uma crítica menor - uma boa tradução pode ser uma obra maior, e é este o caso.
Monstros Fantásticos e Onde Encontrá-los

Monstros Fantásticos e Onde Encontrá-los

3 out of 5 stars
Se fala como um filme de Harry Potter, enche o olho como um filme de Harry Potter, tem a magia e as realidades alternativas de Harry Potter, foi escrito pela autora de Harry Potter e realizado por quem realizou os últimos quatro filmes de Harry Potter, por sinal os mais sombrios, seria sempre provável que Monstros Fantásticos e Onde Encontrá-los não fosse totalmente alheio ao mundo de Harry Potter - coisa que se confirma. Realizado por David Yates a partir do livro de JK Rowling com o mesmo nome, Monstros Fantásticos é a história de Newt Scamander (Eddie Redmayne, ver entrevista na página anterior), um cientista despistado que vive para procurar, estudar e proteger criaturas mágicas - o título do filme é o de um guia “magizoológico” que ele está a escrever. A acção passa-se na Nova Iorque do tempo da Lei Seca, anos 20 - isto é, décadas antes de Harry Potter e a Pedra Filosofal, o primeiro livro da série Potter -, onde há um conflito entre os mágicos americanos e os no-maj, a versão local dos muggles, a termo do universo de Potter para “civis”. Monstros Fantásticos é um filme para os fãs de Potter, sem dúvida, mas é um filme que sabe que eles cresceram e já podem aguentar uma história mais negra e violência um pouco mais gráfica. Não é um grande filme, mas é uma boa diversão em estilo retro-futurista e Redmayne, no papel de Newt, é uma presença mais contagiante do que Daniel Radcliffe alguma vez foi como Harry.
O Herói de Hacksaw Ridge

O Herói de Hacksaw Ridge

5 out of 5 stars
Não há hoje em Hollywood actor tão fascinante para os conhecedores da matéria do que Mel Gibson, e realizadores também não há muitos. É este segundo ponto que nos importa agora. Nos últimos 15 anos, por aquilo que disse e não foi bonito como pelos filmes que teve de pagar para poder fazê-los (A Paixão de Cristo, Apocalypto), Gibson saiu da pista, passou ao largo da Hollywood eternamente vigilante das boas maneiras ideológicas à mesa e conduzida por marketeiros de tendências psicopatas em questões de controlo do risco. Mas da poeira do desastre de relações públicas saiu uma verdade maior, e ela só podia ter saído através daquele espectáculo de personalidade e independência dado por Gibson. A de que o cinema americano, com todos os seus encantos, é, vezes demais, uma conversa altamente irritante. Há um momento na vida do espectador mais assíduo em que os esforços exagerados de Hollywood começam a mexer-nos com os nervos. Aqueles níveis de excitação e polimento são no fundo os da publicidade, e com o tempo a insolência com que vemos anúncios é a mesma com que vemos 99 por cento dos filmes americanos. Também não ajuda nada a coisa ser sempre atada com um lacinho perfeito no fim da festa, e é um facto que a pessoa que disse que para Hollywood ser melhor bastava cortar os dez minutos finais a cada filme tinha toda a razão. É aqui que entra O Herói de Hacksaw Ridge. O novo filme de Gibson é a história, verdadeira, de um objector de consciência, Desmond Doss (Andrew Garfield, a anos-
O Ornitólogo

O Ornitólogo

5 out of 5 stars
O quinto filme (fora formatos mais pequenos) de João Pedro Rodrigues é a história de Fernando (Paul Hamy), um estudioso de pássaros, ou ornitólogo, que depois de um acidente de barco no Douro se perde no mato e vive uma aventura excêntrica, cheia de peripécias e surpresas. Ao mesmo tempo, para quem esteja a par da biografia de Santo António, de Pádua e Lisboa, a expedição imprevista de Fernando pelo Norte profundo de Portugal começa a parecer estranhamente familiar, o que não é coincidência, até porque o filme abre com uma citação de Santo António. Da aventura fazem parte duas peregrinas chinesas (Han Wen, Chan Suan) que se perderam no Caminho de Santiago, um pastor surdo-mudo chamado Jesus (Xelo Cagiao) e uma variedade infinita de pássaros, que têm uma presença no ecrã ao mesmo nível hierárquico das pessoas — os pássaros observam tanto quando são observados, e as imagens com o ponto de vista deles estão lá para não deixar dúvidas. João Pedro Rodrigues e o director de fotografia Rui Poças filmam os exteriores naturais como o cenário de um western ou um filme de aventuras, e o argumento mantém o mesmo espírito, com o herói a ter de enfrentar obstáculos e sobressaltos permanentes. Filmam também Hamy como Hitchcock filmou Kim Novak em Vertigo ou Tippi Hedren em Os Pássaros — com um olhar que estremece perante a realidade concreta e física daquela criatura. Dito de outra maneira: o espectador ideal de O Ornitólogo é alguém tolerante e mesmo hospitaleiro quando confrontado com nov
Café Society

Café Society

4 out of 5 stars
Woody Allen faz comédias e a comédia talvez não seja o veículo perfeito para tratar das profundezas da alma. Porém, Allen tem ambições maiores, e na sua extensíssima filmografia não faltam tentativas em tom de comédia de alcançar uma gravidade superior. Muitas vezes e apesar de todo o seu talento para escrever diálogos, isso traduziu-se simplesmente em falta de graça sem a compensação de alguma coisa mais penetrante. É por isso que Woody Allen é um realizador de que gostamos muito, ou gostámos muito, mas que só raras vezes nos chega ao coração. Aconteceu com Annie Hall, Os Dias da Rádio, A Rosa Púrpura do Cairo, Match Point, Blue Jasmine e não muitos mais. A notícia é que Café Society é um desses filmes aparentemente igual a tantos outros de Allen mas em que ele acerta na mistura exacta de história, imagem, duração, escala, tom, música, actores, diálogos e período histórico — a Hollywood dos anos 30. Bobby (Jesse Eisenberg) está farto de Nova Iorque e de trabalhar com o seu pai, um joalheiro, e vai para Los Angeles, onde quase imediatamente conhece Vonnie (Kristen Stewart), a secretária de um agente que por acaso é também o tio de Bobby e que é interpretado por Steve Carell. A história de Bobby e Vonnie, como contada por Allen, faz de Café Society uma comédia de costumes sobre o risco de passarmos a maior parte da vida distraídos e a insistir em distrair-nos ainda mais dos dois ou três assuntos, máximo, que têm verdadeiro significado para nós. Uma novidade na máquina habitual
Jack Reacher: Nunca Voltes Atrás

Jack Reacher: Nunca Voltes Atrás

3 out of 5 stars
Duas maneiras de olhar para o segundo Jack Reacher, depois de um primeiro filme em 2012, também com Tom Cruise no papel do herói (chamemos-lhe assim) dos romances de Lee Child. Uma maneira é pensar em Jack Reacher: Nunca Voltes Atrás como um filme de Edward Zwick, que é de facto o realizador e que nos idos de 1989 fez uma coisa estupenda chamada Glory. Desde então, porém, o talento de Zwick tornou-se uma memória distante e hoje lembramo-nos de Glory como quem vê uma fotografia antiga - o registo queimado pelo passar dos anos de um momento espectacular perdido no tempo. E não será o Jack Reacher número dois a fazer-nos mudar de opinião. A maneira mais produtiva de olharmos para Jack Reacher: Nunca Voltes Atrás é vê-lo não como um filme de Edward Zwick mas como aquilo que ele realmente é - um veículo para Tom Cruise. Jack continua a ser um antigo agente da polícia militar, dotado de elevada inteligência forense assim como de uma vincada tendência para querer controlar tudo, além de ter alguma coisa de psicopata. De volta à sua unidade, é acusado de um homicídio antigo, o primeiro passo para se ver arrastado para uma conspiração maior do que ele - mas também à sua medida, quando entra em acção. Jack é um personagem interessante para Cruise. A caminho dos 55 anos, já sem aquela energia demolidora nem a empáfia dentífrica de Top Gun que manteve quase até ontem, Cruise visivelmente desistiu de ser alguém eternamente impressionado consigo próprio. Por outro lado, também estamos long

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Silêncio, que está aí o trailer do novo Scorsese

Silêncio, que está aí o trailer do novo Scorsese

Andrew Garfield (que podemos ver agora nas salas no papel principal de O Herói de Hacksaw Ridge, de Mel Gibson) e Adam Driver são dois padres jesuítas portugueses no novo filme de Martin Scorsese, Silêncio, cujo primeiro trailer foi agora divulgado. Ao fim de meses de salivação intensa por parte de quem mal pode esperar para ver este projecto que é a grande paixão, não consumada até agora, do realizador americano há mais de 30 anos, o trailer dá-nos as primeiras imagens desta história que conta a viagem dos jesuítas pelo Japão do século XVII. Baseado num romance escrito em 1966 por Shūsaku Endō, Silêncio teve um orçamento próximo dos 50 milhões de dólares e foi filmado ao longo de mais de três meses na Tailândia, em circunstâncias por vezes difíceis.                    
O Herói de Hacksaw Ridge: entrevistas e a história na origem do filme

O Herói de Hacksaw Ridge: entrevistas e a história na origem do filme

  O Herói de Hacksaw Ridge é, até agora, na nossa opinião, o grande filme americano de 2016.Para além da nossa crítica ao filme, fique a conhecer directamente da boca dos protagonistas tudo sobre o regresso em grande forma de Mel Gibson à realização, bem como sobre a história verdadeira na origem do filme. Enjoy.Veja as entrevistas e fique a saber mais sobre O Herói de Hacksaw Ridge.      
Ghost in the Shell: novo trailer depois da polémica com Scarlett Johansson

Ghost in the Shell: novo trailer depois da polémica com Scarlett Johansson

Ghost in the Shell, a versão de imagem real do clássico de animação japonesa com o mesmo título, realizado em 1995, tem sido objecto de intensa discussão desde que se soube que a Dreamworks ia avançar com a produção. Esta semana surgiu o primeiro trailer oficial (abaixo) e as redes sociais entraram instantaneamente em histeria colectiva. Não foi a primeira agitação em grande escala provocada pelo novo Ghost in the Shell. Há meses foi lançada uma petição (que conseguiu mais de 100 mil assinaturas) para expurgar Scarlett Johansson do papel principal. Tudo porque a história do filme gira à volta de uma personagem japonesa, a Major Motoko Kusanagi, membro de um grupo de forças de segurança futuristas que andam atrás de um hacker misterioso. Como ela, a grande maioria dos personagens de Ghost in the Shell são do Japão e a acção passa-se lá também. De acordo com os promotores da petição, é inaceitável que uma actriz não asiática fique com o papel de uma personagem asiática. Vendo o trailer, e sem diminuir os méritos da argumentação dos peticionistas, percebe-se bem por que o realizador Rupert Sanders e os seus produtores escolheram Johansson. Mas isso é só a nossa opinião.    
Buon compleanno, Maestro: o melhor de Ennio Morricone

Buon compleanno, Maestro: o melhor de Ennio Morricone

Ennio Morricone, uma das últimas lendas vivas do cinema, para não dizer também génio porque esta é uma palavra gasta, faz esta quinta-feira 88 anos. O "Maestro", como é conhecido, está na memória colectiva de todos quantos algum dia viram um filme ou ligaram uma televisão. Mesmo aqueles a quem o seu nome não diz nada identificam imediatamente a melodia para assobio e harmónica de Por um Punhado de Dólares, realizado por Sérgio Leone e o filme que lançou a carreira de Clint Eastwood.  Morricone ainda hoje vive em Roma, a cidade onde nasceu e onde passou toda a sua vida, e ainda fala apenas meia dúzia de palavras que não pertencem à língua italiana. Por isso, daqui lhe enviamos um sonoro "Tanti auguri di buon compleanno, Maestro!", com votos de muitos mais. E, claro, com uma escolha das suas melhores e mais conhecidas músicas para cinema na playlist que lhe propomos a seguir.