Cristina Ataíde vai dar corpo ao vazio no Museu Berardo
Descreve-se como viajante compulsiva, mas não precisa de sair do quarto para dar vida a essa faceta. Para Cristina Ataíde (n. 1951, Viseu), viajar não tem a ver com a deslocação ou distância, mas com o olhar e a atenção que depositamos no nosso entorno, independentemente dos passos que damos. “O importante é aquilo que estou a ver e a percorrer, porque está sempre tudo a modificar-se”, explica a artista plástica, cujo trabalho germina em boa parte da curiosidade e fascínio pelo outro e da observação e aprendizagem de novas ideias, tradições e culturas. “A minha viagem é sempre uma viagem de descoberta”, afirma.
Em mais de 30 anos de carreira, não tem feito outra coisa. No sentido convencional, a bordo de um avião e de um ponto do mapa para outro, mas sobretudo no infinito de possibilidades do seu ateliê. Começou pela escultura, área em que se formou e que lhe conferiu notoriedade na cena da arte contemporânea portuguesa – desenvolveu, inclusive, várias obras públicas para espaços como a Mata do Fontelo, em Viseu, ou o Parque de Escultura Contemporânea de Vila Nova da Barquinha –, mas ao longo do tempo derivou para meios como desenho, instalação, fotografia e vídeo para se expressar.
“Dar corpo ao vazio”, que inaugura a 26 de Novembro (quinta-feira) no Museu Colecção Berardo, em Lisboa, e ali fica até 14 de Março, convida-nos a embarcar numa viagem temporal e espacial pelos vários períodos e suportes de produção artística de Cristina Ataíde. “Os outros suportes funcionam como