Mark Lanegan: “Os Dead Combo são uma das melhores bandas de sempre”
“Foi um trabalho de amor”, começa por dizer Mark Lanegan sobre Somebody’s Knocking, o seu 11.º álbum, editado a 18 de Outubro de 2019. “Sempre quis fazer um disco com músicas orelhudas. Estou contente que este tenha servido o seu propósito.”
O cantor e compositor americano está mais ponderado, inabalável. Isso reflecte-se na escrita, na forma como carrega o passado, e como se vai revendo no som que lhe sai das mãos. “Com sorte estou a tornar-me num compositor melhor, sinto que estou. [A música] está a sair-me melhor agora do que alguma vez esteve. Estou mais rápido. Provavelmente há muita gente que diz o contrário, que estou a ficar consideravelmente pior, mas essa é a natureza da música.”
Somebody’s Knocking é, por isso, um disco diferente. Refinado e aprimorado, com uma estrutura que comporta princípio, meio e fim. “Ainda penso nos discos de uma forma antiquada, em que a sequência é importante”, confessa. “Por outro lado, quero que este seja um disco com o maior número possível de músicas boas, que entrem no universo de alguém como possíveis singles. Das outras vezes que tentei fazê-lo, não consegui.”
A sonoridade viaja por diferentes destinos, cruza electrónica e rock, mas a voz é sempre o gancho familiar. Uma respiração trazida pela música que o acompanha e que continua a ser decisiva na criação do seu som. Apesar de pensarmos nele como um homem do rock, até da folk, o que o inspira hoje, como ontem, é a “electrónica underground”. “Ouço muita música britânica clássica